Especial Dia do Viralata: histórias de muita raça!

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Hoje, 31 de julho, é comemorado o Dia do Viralata. Cães e gatos sem raça definida ganharam um dia só deles no calendário para mostrar o valor e a importância desses bichos incríveis, incentivar a adoção e combater os maus-tratos.

A homenagem é mais que merecida. Todo cão e todo gato precisam de cuidado e amor.

É por isso que o blog Casa com Bicho tem o prazer e a honra de apresentar o Especial Dia do Viralata: histórias de muita raça!, com relatos de conexões notáveis entre pessoas e cães e gatos viralatas. 

Ontem, iniciamos a comemoração com a história de ‘Sindel dos Tacos – Amor de gerações’.

Hoje, continuamos com a história de Nonato, Raimunda e família.

Nonatinho e Raimundinha – “A vida é bem melhor com eles”

Joana tem uma ligação especial com os viralatas. Os gatos, com quem se identifica mais. Ela já teve outros animais durante a infância e a adolescência, mas foram Nonatinho e Raimundinha, dois tigrados, que levaram sua relação com os viralatas a outro nível. Que ela caracteriza de fantástico.

Batizados de Nonato César e Raimunda Crevelim, em homenagem à cidade natal deles, São Raimundo Nonato, região do semiárido piauiense, são os primeiros animais que Joana cria exclusivamente dentro de casa. 

Dupla de tigrados

“Desenvolvemos uma amizade e um cuidado grande. Eles sabem quando não estou bem e vocalizam quando isso acontece. Eu acho isso bonito. Eu sei qualquer mudança mínima que aconteça no comportamento deles. Aprendi a respeitar a diferença de personalidade de cada um. E fui me adequando a eles quando percebia que havia um limite natural para eles se adequarem a minha rotina”, afirma.

Segundo a tutora, Nonatinho tem muita energia, demanda muita atenção e gosta de ficar próximo e de ser o centro das atenções. Ele também é mais territorialista e estressado, por causa de problemas de saúde crônicos que o levam a sentir dores. É ciumento e aceita ser manipulado. Já Raimunda é mais calma, não gosta de ser lambida nem ser pega no colo. Mas é dengosa e gosta de ficar deitada nas pernas, amassando pãozinho enquanto recebe carinho e ouve a humana cantar para ela. Ela ama telas e assiste TV. Então, quando a humana lê ou vê televisão, ela já se aninha juntinho. Eles seguem esse mesmo padrão de relação com o humano de estimação deles.

Nonato com os humanos

Nonatinho e Raimundinha são os fiéis parceirinhos de Joana, que mora com o companheiro Robinson em Teresina (PI). O macho foi o primeiro a entrar na vida dela, lá em 15 de maio de 2014. Quando chegava em casa, um gato sujo, ferido e faminto correu em sua direção. “Para mim, ele estava pedindo ajuda. Pedindo não, exigindo, porque ele é assim. Ele dá cabeçada, insiste, chega junto”, relembra. 

Nonatinho quando chegou

Naquela época, Joana pensava em adotar outro gato. “Mas Nonatinho roubou meu coração”, afirma. E quem poderá dizer que não foi o gato que adotou a humana?

Nonatinho reinou sozinho por quase seis meses. Até que no dia 4 de novembro, enquanto estava numa pizzaria com amigas, Joana viu uma gatinha bem assustada que corria para se esconder no cano do esgoto. “Eu pensei: é a irmã do Nonatinho. E foi assim que a Raimundinha entrou em nossas vidas”.

Raimundinha um dia após o resgate

Levou alguns dias até os dois serem apresentados. Aí viraram bons amigos. Hoje, apesar de alguns conflitos, os bichanos expressam um vínculo bonito entre si. “Quando fica muito tempo sozinha, Raimunda mia até Nonato ir lá. Ele vai, senta ou deita próximo e ela fica calma. Com a mudança na rotina por causa da pandemia, eles se distanciaram mais. Fico tentando fazer com que eles voltem a serem mais próximos”, relata Joana. 

Com dois gatos sob sua responsabilidade, Joana afirma que aprendeu na tentativa e erro, sempre respeitando a personalidade de cada um. O tempo que passam juntos permitiu que a tutora ensinasse alguns comandos para eles, como passear, comer, não pode, andar, o que fortaleceu ainda mais a conexão entre os três. “Eles também sabem o nome deles, sabem o nome das pessoas mais próximas, sabem quando vou viajar e quando saio para cuidar da gata comunitária. Raimundinha fica apreensiva e quando a gente volta, ela mia e pede para cheirar a gente”, diz. 

Foto de quando Raimunda era filhote. Eles têm cerca de 6 meses de diferença

Além dos viralatas que tem em casa, Joana ajuda a cuidar de outros que estão à sua volta. Inclusive, Damião, o gato adotado pela mãe dela, foi um resgate das duas. Ele era filhote de uma gata que elas alimentavam na praça perto de casa, em Teresina. Damião estava muito doente e precisou retirar um dos olhos em cirurgia. Necessitando de cuidados até se recuperar totalmente, a mãe de Joana concordou em dar lar temporário ao gatinho. Mas ela caiu no golpe, e o lar temporário se tornou definitivo. “No ano passado, minha irmã, que mora com minha mãe, também caiu no golpe do lar temporário, e hoje Damião tem uma irmã chamada Jade”, relata.

Antes e depois de Damião

Para Joana, é importante contar histórias como esta para mostrar que todos nós aprendemos com os erros e também que o amor se constrói.

“Faço um trabalho de formiguinha com os que não têm lar, dando assistência veterinária sempre que possível. Castrar, vermifugar, vacinar e doar para um lar responsável são a meta. Utilizo o Instagram do Nonatinho para conseguir realizar isso. Há muitos animais na rua querendo só uma chance para continuar vivendo e dando amor, adotá-los não é difícil. Mas também deve ser feito com consciência, com responsabilidade”, garante.

Colo rápido com Raimunda para o clique

E continua: “Eles são grandes amigos pra mim. Faço o possível por eles, enfrentei muitos medos, como dirigir em estrada por 540km para levar o Nonatinho para consulta veterinária. Consegui ajudar outros animais usando o perfil do Nonatinho no Instagram, voltei a escrever pequenas estórias por causa deles, conheci pessoas de outros estados por causa deles. A minha vida é bem melhor com eles”, declara.

(Fotos enviadas por Joana)

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