Em Adorável Heroína, Michael Hingson e Suzy Flory, coautores do livro, contam como ele, Michael, teve sua vida salva por sua cachorra Roselle – a estrela dessa história – no dia do ataque às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001.
Naquele trágico dia, que tiraria a vida de milhares de pessoas, Michael estava no 78º andar da Torre 1 do World Trade Center para mais um dia comum de trabalho, acompanhado de sua cão-guia Roselle, um labrador amarelo que estava com ele havia menos de dois anos.
Quando o primeiro avião se chocou ao prédio, Michael, que é cego desde o nascimento, não fazia ideia do que estava acontecendo, mas podia ouvir os gritos das pessoas e os estilhaços de vidro ao seu redor. Sua cadela, porém, manteve a calma e a concentração no trabalho. Ele decide, então, confiar nos instintos de Roselle e dá o comando “em frente”.
Ao longo do livro, Michael, com ajuda de sua amiga Suzy, relata o trabalho sensacional que Roselle fez ao guiar não só ele, mas várias outras pessoas, com cautela e serenidade por exatos 1.463 degraus abaixo, a fim de escaparem do arranha-céu em chamas prestes a desabar.
O livro remonta à história de Michael, seu diagnóstico de cegueira total aos seis meses de idade e como seus pais o encorajaram e o educaram. O garoto não foi criado numa comunidade especial para pessoas com deficiência visual, como se esperava na época. Ao contrário, Michael cresceu junto de sua família, recebendo o mesmo tratamento que seu irmão mais velho e com visão recebia, nunca frequentou uma escola para cegos, explorava a vizinhança a pé e com seu cão. Sua vivência também o preparou para o fatídico 11 de setembro.
O autor também conta como foi seu encontro com Roselle, o quinto cão-guia que ele teve na vida, e como era a relação dos dois, muito além de um cão guiando uma pessoa com deficiência visual pelas ruas; como era a personalidade da cachorra e a convivência com os outros cães da casa.
O trabalho extraordinário que fizeram em equipe levou a dupla a viajar o país e o mundo para eventos e ações importantes e, depois de sua morte, Michael continuou desenvolvendo trabalhos, a exemplo da fundação da Roselle’s Dream Foundation.
Roselle morreu em 2011; quatro anos antes, se aposentou e curtiu sua velhice descansando em casa, na companhia de seus humanos e de suas amigas caninas, brincando, comendo e latindo para a campainha, como sempre fez.
Incrivelmente, Michael descreve com riqueza detalhes de cada cenário e situação, o que leva o leitor a saber muito mais sobre esse ataque que abalou o mundo.
Para além da tragédia da qual Michael e Roselle se salvaram, o livro relata como nasce e se consolida a relação de confiança entre condutor e cão-guia e permite ainda conhecer como funciona, nos Estados Unidos, a criação e treinamento desses cães de assistência.